Uma movimentada semana no Espírito Santo, repleta de articulações políticas e anúncios estruturantes de Brasília, deixou fortes reflexos na política local. Especialmente notável é o ressurgimento do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Estado, que agora parece ter reencontrado sua relevância sob a liderança do vice-governador, Ricardo Ferraço.
O MDB, comandado por Ferraço, tem demonstrado um novo ar de organização após “pacificar” as relações entre o ex-vice-governador Lelo Coimbra e a ex-senadora Rose de Freitas. Este movimento está consolidando a imagem de Ricardo como um possível candidato à sucessão do governador Renato Casagrande, e com o apoio do Palácio Anchieta, em 2026.
Segundo informações de bastidores divulgadas pela edição digital de ESHOJE, Rose de Freitas mantém sua relevância política e está disposta a auxiliar na chegada de políticos competitivos ao partido, após resultados desfavoráveis nas últimas eleições. No entanto, sua derrota nas eleições do ano passado a coloca em uma posição mais voltada para a articulação do grupo.
É importante ressaltar que Ricardo Ferraço, que possui uma boa relação com hartunguistas históricos, tem demonstrado forte apoio a Renato Casagrande, o que representa um sustentáculo importante para seus futuros passos políticos.
Um aspecto curioso é a crescente atuação de Ricardo em suas redes sociais e posicionamentos públicos, especialmente a sua declaração dura sobre o projeto de lei que proíbe o uso de drones para pulverização de pesticidas na agricultura. Ele também foi um dos primeiros a comemorar o estabelecimento da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Aracruz.
Outro fator que especula-se favorecer Ricardo na corrida ao Palácio Anchieta em 2026 é a legislação eleitoral. Caso o governador Renato Casagrande renuncie em abril daquele ano para concorrer ao Senado, Ricardo Ferraço, se eleito, não poderá disputar a reeleição em 2030, uma vez que terá ocupado o cargo por dois mandatos, ainda que por apenas seis meses no primeiro mandato. Esse argumento pode influenciar políticos que aspiram a se tornar governadores, como o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, e o deputado federal Gilson Daniel.
Enquanto políticos de diversos partidos indicam interesse em concorrer nas eleições de 2026, existe uma tentativa de consenso para manter a coalizão que elegeu Casagrande unida, apesar dos indicativos de que o PT, Podemos e Progressistas também poderão apresentar candidatos próprios.
Esta semana se configura como uma das mais importantes do ano para Ricardo Ferraço e o MDB capixaba, que buscam uma competitividade fortíssima e desejam se afastar do ostracismo político que enfrentaram nos últimos anos. A capacidade de se consolidar como um nome forte para a disputa do governo do Espírito Santo em 2026 dependerá não apenas da vontade dos políticos, mas, principalmente, da escolha do eleitorado capixaba.