“Toda mentira revela o verdadeiro caráter de quem mente”. Esse pensamento resume o caso envolvendo o vereador Fabiano Oliveira (PL), de Vila Velha, que é um exemplo alarmante de como a mentira tem sido utilizada como instrumento de ataques políticos e de autopromoção eleitoral.
Em sua página de perfil no site da Câmara de Vila Velha, o vereador Fabiano Oliveira (PL) – que usa o título de “pastor” como nome político –, afirma ter sido consagrado pastor evangélico e membro da Assembleia de Deus da Praia da Costa”. Mas essa informação foi desmentida nesta quarta-feira (16), por órgãos oficiais que representam a Igreja.
De acordo com a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e a Convenção das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo e Outros (CADEESO), apesar de Fabiano Oliveira ser membro da congregação da Praia da Costa, ele nunca foi consagrado “pastor” por aquela instituição.
E também não é reconhecido como “pastor” por nenhuma entidade ligada à Assembleia de Deus, nem no Estado e nem no país. Ou seja, ele não possui registro em nenhuma das convenções nacionais ou regionais de ministros de sua denominação religiosa.
Além disso, se o vereador Fabiano realmente tivesse sido ordenado “pastor” da Assembleia de Deus, seria filiado a instituições como: CEADES (Convenção de Pastores e Evangelistas das Assembleias de Deus no Espírito Santo); CONFRADEESTO (Convenção Fraternal das Assembleias de Deus do Estado do Espirito Santo e Outros); CEMADES (Convenção Evangélica dos Ministros das Assembleias de Deus no Espírito Santo); e CONFRATERES (Convenção Fraternal dos Ministros das Assembleias de Deus do Estado do Espirito Santo).
Mas, no entanto, o parlamentar não faz parte de nenhum desses órgãos, não cursou Teologia e nem foi ordenado para exercer qualquer Ministério Pastoral. E para piorar, Fabiano Oliveira não frequenta os cultos noturnos e nem a programação de fim de semana de sua própria Igreja.
Afronta à comunidade Evangélica
A tentativa de se capitalizar politicamente utilizando um título eclesiástico sem respaldo oficial não é apenas um ato de desonestidade: é uma afronta à fé da comunidade evangélica e aos princípios cristãos que deveriam nortear a vida pública. Usar a mentira para conquistar autoridade, respeito e votos revela não apenas falta de caráter, mas um projeto de poder que não se sustenta em bases reais.
Quando um político se apropria de símbolos religiosos para forjar legitimidade e credibilidade, ele não está apenas enganando o eleitor: está contaminando o debate público com falsidade e desrespeito. Casos como o do vereador Fabiano Oliveira mostram como a fé, tão cara a milhões de brasileiros, tem sido instrumentalizada por interesses pessoais e eleitorais: fato lamentável que decepciona toda a população canela-verde.
Por isso, é hora de refletir: que tipo de liderança os eleitores estão dispostos a aceitar? A que preço a mentira continuará sendo normalizada como tática política e eleitoral? A mentira engana por um tempo, mas destrói para sempre. Quem escolhe mentir cava a própria desconfiança, e quando a verdade vem, não sobra nem respeito, nem desculpa.