A equipe do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) coordenada pela Diretoria de Agricultura e Pesca da Prefeitura de Vila Velha já apreendeu, recolheu e descartou, nos últimos 12 meses, um total de 36 toneladas de carne clandestina. Os produtos estavam sendo fracionados, manipulados, embalados, armazenados e comercializados irregularmente, sem autorização, com rótulos e selos de inspeção falsificados, e em precárias condições de higiene, por revendedoras da cidade.
As maiores apreensões ocorreram na empresa “Leve Carnes”, que funcionava no bairro Ilha das Flores e que foi interditada no último dia 11 de julho, após operação conjunta realizada pelas equipes do SIM de Vila Velha, do Procon Municipal, do Instituto de Defesa Agrária e Florestal (Idaf) e da Polícia Civil (Delegacia do Consumidor/Decon).
“Somente nesta última operação, apreendemos seis toneladas de carne suína clandestina. Também foram encontradas 419 notas fiscais emitidas pela revendedora Leve Carnes, referentes a vendas que a empresa efetuou apenas no mês de julho deste ano, para supermercados e açougues de Vila Velha e da Grande Vitória. Esta operação culminou com a prisão em flagrante do proprietário da revendedora, que era classificada como entreposto de compra e revenda de carnes, mas que atuava como frigorífico clandestino”, informou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Vila Velha, Everaldo Colodetti
Segundo ele, justamente por fracionar e manipular produtos fora das normas, sem autorização, sem estrutura sanitária e nenhuma condição higiênica; por fazer propaganda enganosa e falsificar rótulos de inspeção de produtos não certificados; e também por vender alimentos cárneos contaminados e impróprios para o consumo humano, o responsável pela Leve Carnes pode pegar de dois a cinco anos de prisão.
HISTÓRICO
De acordo com o diretor de Agricultura e Pesca da Prefeitura de Vila Velha, Guilherme Gaudino, não é a primeira vez que a empresa Leve Carnes Ltda ME foi flagrada cometendo irregularidades e crimes contra o consumidor e a saúde pública.
“Este histórico começou em 5 de julho de 2022, quando 15 toneladas de carne clandestina foram apreendidas no estabelecimento. Em 13 de março de 2023, a revendedora reincidiu nas irregularidades e outras 14 toneladas de carne clandestina foram recolhidas. Já no último dia 11 de julho, outras seis toneladas de carne clandestina foram apreendidas na empresa, mas desta vez o empresário também foi preso”, resumiu Gaudino.
Todos os produtos cárneos apreendidos nas operações de fiscalização e combate ao comércio clandestino de carne, em Vila Velha, foram lacrados e levados a depósitos credenciados, onde foram triturados para a produção de ração.
“O objetivo da nossa equipe é proteger o consumidor de Vila Velha, que muitas vezes compra carne em supermercados e açougues acreditando tratar-se de alimento certificado, inspecionado, seguro e próprio para o consumo, mas que na verdade pode ser um produto clandestino, não inspecionado e que oferece riscos à saúde. Daí a importância deste serviço”, ressalta o superintendente do Procon de Vila Velha, George Alves.
Segundo ele, o número de operações de fiscalização nos açougues e município não é tão grande porque a maioria dos estabelecimentos licenciados pelo SIM – que atua somente na esfera municipal, vistoriando frigoríficos, distribuidoras, açougues e entrepostos que comercializam carnes dentro do próprio município – trabalha de modo regular, seguindo as normas que regem a atividade. “Já as empresas que comercializam produtos alimentícios de origem animal em âmbito estadual são fiscalizadas de forma mais intensa, por órgãos como Idaf, Decon e Procon estadual, por exemplo”, concluiu George.