Dados divulgados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE mostram que, entre 2020 e 2021, os cinco municípios brasileiros com os maiores ganhos de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país, são do Rio de Janeiro: Maricá, com crescimento de 0,5 ponto percentual; Saquarema (RJ), +0,3 ponto percentual; Niterói (RJ), com +0,2 ponto percentual; e Campos dos Goytacazes (RJ), com +0,1 ponto percentual.
Na lista dos 25 municípios com maior participação no PIB nacional, as novidades foram as entradas de Maricá (RJ) e Itajaí (SC), e as saídas de Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG).
Já as cinco maiores quedas de participação foram: São Paulo (SP), com perda de participação de 0,6 ponto percentual; Rio de Janeiro (RJ), -0,4 ponto percentual; Brasília (DF), -0,3 ponto percentual; Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), ambos com -0,1 ponto percentual.
Em 2021, 11 municípios responderam por quase 25% do PIB nacional e 16,6% da população brasileira, enquanto as 87 cidades com os maiores PIBs representavam, aproximadamente, 50% do PIB total e 36,7% da população do país. Ao contrário de 2002, quando apenas quatro municípios do Brasil, somados, representavam ¼ da economia do país.
São Paulo Capital concentra 22,6% do PIB nacional
A Cidade-Região de São Paulo apresentou perda de participação no total do PIB nacional, saindo de 23,5% do PIB do Brasil, em 2020, para 22,6%, em 2021, o que representou uma queda de 0,9 ponto percentual. No sentido oposto, a Amazônia Legal aumentou sua participação de 9,9% para 10,1%, uma expansão de 0,2 ponto percentual. O Semiárido, por sua vez, viu sua participação ser reduzida de 6,4%, em 2020, para 6,2% em 2021.
“A Cidade-Região de São Paulo vem perdendo participação ao longo da série histórica e reforçou essa tendência em 2021. No caso da Amazônia Legal, o crescimento da Agropecuária foi um fator importante. Já o Semiárido, que desde 2013 ganhava participação, desta vez perdeu. A queda da participação de Serviços no PIB nacional afetou os municípios que têm essa atividade como a mais relevante, caso da maior parte do Semiárido”, observa Marcelo Araujo, geógrafo do IBGE.
Administração pública e demais serviços predominam no país
Em relação ao perfil econômico dos municípios, a principal atividade em 43,2% (2 409 municípios) deles foi Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social. Em Amazonas, Roraima, Amapá e Paraíba esse percentual ultrapassou 90,0%. O Paraná, no entanto, teve só 6,3% de seus municípios com essa característica.
Dos 358 municípios cuja atividade principal, em 2021, foi Indústrias de transformação, 293 estavam nas Regiões Sudeste e Sul, o que equivale a 81,8%. Mato Grosso obteve o maior percentual de cidades em que a Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita figurou como a atividade de maior destaque (56,0%), seguido por Mato Grosso do Sul (53,2%) e Rio Grande do Sul (48,9%).
Excluindo dessa análise a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, a atividade Demais serviços se destacou em 3 075 municípios, seguida pela Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita, principal atividade em 1 272 municipalidades. Ante 2020, houve crescimento expressivo no número de cidades com Agricultura como atividade principal, de 1 049 em 2020 para 1 272 em 2021, o que está relacionado ao aumento de preços de alguns dos produtos agrícolas mais relevantes na economia nacional em 2021.
Concentrações urbanas perdem participação no cenário nacional desde 2002
De 2002 a 2021, São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) registraram as maiores quedas de participação entre os municípios brasileiros, mostrando uma tendência de desconcentração do PIB municipal. São Paulo (SP) perdeu 3,5 pontos percentuais de participação na economia nacional, influenciado, principalmente, pela redução relativa de Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.
Na capital fluminense, a perda de 2,3 pontos percentuais ocorreu em razão da diminuição de seu peso nos Serviços, sobretudo em Atividades Imobiliárias e Informação e Comunicação. Em seguida aparece Brasília (DF), com decréscimo de 0,4 ponto percentual, devido principalmente à Indústria, com influência da Construção. Campos dos Goytacazes (RJ) e Belo Horizonte (MG) vêm em sequência, ambos também com decréscimo de 0,4 ponto percentual, provocado pela extração de petróleo e gás no primeiro município e pelas Atividades Imobiliárias no segundo.
O município com maior ganho de participação no PIB nacional de 2002 a 2021 foi Maricá (RJ), com aumento de 0,9 ponto percentual, devido à extração de petróleo e gás. Os municípios paraenses Parauapebas e Canaã dos Carajás aumentaram 0,5 e 0,4 ponto percentual, respectivamente, com a expansão da extração de minério de ferro, ocupando o segundo e quinto lugares em ganho de participação. Em Saquarema (RJ), o aumento de 0,4 ponto percentual também foi devido à extração de petróleo e gás. Itajaí (SC), quarto lugar em ganho de participação, também com 0,4 ponto percentual, ganhou destaque devido ao Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas.
Entre os recortes selecionados, a Cidade-Região de São Paulo, reduziu de 27,0% para 22,6% a sua participação no PIB nacional, não só em função da diminuição do peso da capital paulista no PIB, mas também pela perda relativa de outros municípios que a compõem e que têm representatividade na indústria brasileira. Por outro lado, a Amazônia Legal (3,2 p.p.) e o Semiárido (0,9 p.p.) ganharam participação desde 2002.
DESTAQUES
- Entre as 185 concentrações urbanas do país, 132 perderam e 53 aumentaram sua participação no PIB nacional entre 2020 e 2021, confirmando a tendência de desconcentração.
- Maricá (RJ) foi o município com maior ganho de participação no PIB do país em 2021, alta de 0,5 ponto percentual (p.p.). A seguir, vieram Saquarema (RJ), com mais 0,3 p.p; Niterói (RJ), com +0,2 p.p.; São Sebastião (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ), ambos com +0,1 p.p.
- São Paulo (SP) concentrou 9,2% do PIB do país, 0,6 p.p. a menos do que em 2020.
- De 2020 para 2021, as cinco quedas de participação mais intensas foram de São Paulo (SP), com – 0,6 p.p.; Rio de Janeiro (RJ), -0,4 p.p; Brasília (DF), -0,3 p.p.; Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), ambos com -0,1 p.p
- Onze municípios responderam por quase 25% do PIB nacional: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Curitiba (PR), Osasco (SP), Maricá (RJ), Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP) e Fortaleza (CE).
- A Cidade-Região de São Paulo concentra 22,6% do PIB nacional, ante 10,1% para a Amazônia Legal e 6,2% para o Semiárido.
- Administração pública é a principal atividade econômica na maioria dos municípios da Amazônia Legal e Semiárido. Na Cidade-Região de São Paulo predominam os Demais serviços, ou seja, o setor de Serviços excluindo-se o Comércio e a Administração pública.
- O número de municípios brasileiros onde a Agricultura era a atividade principal subiu de 1 049 em 2020 para 1 272 em 2021.
- Em 2021, os três municípios com os maiores PIB per capita tinham nas indústrias extrativas sua principal atividade econômica: Catas Altas (MG), com R$ 920.833,97, Canaã dos Carajás (PA), com R$ 894.806,28 e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), com R$ 684.168,71.
- Três municípios maranhenses tinham os menores PIB per capita em 2021: Santana do Maranhão (MA), com R$5.407,66, Primeira Cruz (MA), com R$ 5.732,25 e Matões do Norte (MA), com R$ 5.737,04.