O ministro da Fazenda Fernando Haddad alega que a nova política de preços da Petrobras promoverá efeitos positivos com a redução do nível de preços ao consumidor. A inflação, que tem os combustíveis como um dos itens de maior pressão, está em 4,18% ao ano e a expectativa de mercado é de aumento da taxa no segundo semestre.
“Com as mudanças da política de preços da Petrobras, o dólar em queda e petróleo em queda, você consegue acomodar isso (os preços) sem provocar pressão inflacionária. Pelo contrário, vai ajudar no combate à inflação, sem desorganizar as contas dos governadores”, diz Haddad, em referência à desoneração de combustíveis iniciada no governo Bolsonaro no período pré-eleitoral.
A nova política de preços anunciada na terça-feira passou a considerar os custos internos de produção da Petrobras e não apenas a cotação internacional e o câmbio, como previa a política de paridade internacional (PPI), criada no governo de Michel Temer. A nova estratégia também prevê preços diferenciados por cliente e por região.
Na última quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a queda nos preços dos itens voláteis como gasolina e diesel abrirá margem a uma menor pressão inflacionária e eventual redução dos juros por parte do Banco Central.
Nesta manhã, Haddad está participando de audiência pública na Câmara, para “esclarecer a política econômica do governo federal”. O convite partiu das Comissões de Desenvolvimento Econômico; Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle.
O ministro disse que já vê espaço para o Banco Central iniciar a trajetória de corte na taxa básica de juros, hoje em 13,75%, e que a estimativa de gastos com juros é da ordem de R$ 740 bilhões.
Preço dos combustíveis
Nesta terça-feira (16), Alexandre Silveira e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se encontraram em Brasília, após anúncio de mudança na política de preços para os combustíveis. Prates negou intervenção do governo na empresa e a rentabilidade da companhia está assegurada. Analistas, no entanto, estão vendo risco de ingerência do governo na Petrobras, com nova política de preços.
O objetivo anunciado pelo governo foi a busca dos melhores “preços competitivos” e internos, com resultado prático à população. Nesta quarta-feira, a Petrobras reduziu os preços dos seguintes itens:
- Gasolina A (antes da mistura com etanol e antes de chegar na distribuição e revenda) terá queda de R$ 0,40 por litro ou 12,6%;
- Diesel A (antes da mistura bom o biodiesel) cairá R$ 0,44 ou 12,8%;
- GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) terá queda de R$ 8,97 por botijão de 13 quilos, menos 21,3%.