Durante a 2ª Conferência Municipal de Cultura, realizada na última quarta (30), no Centro de Treinamento e Capacitação (Titanic), foram levantadas 12 propostas abrangentes, distribuídas em seis eixos temáticos, pelos Grupos de Trabalho (GTs).
Entre as propostas do Eixo 1, que aborda a Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura, uma das propostas enfatiza a necessidade de definir políticas públicas setoriais que ultrapassem os tradicionais editais. Os editais, apesar de essenciais para a transferência de recursos e fomento, não devem ser a única ferramenta para a efetivação das políticas públicas. A proposta sugere uma abordagem mais ampla e sistêmica, abrangendo toda a cadeia produtiva cultural, desde a criação até a formação de público.
O Eixo 2, focado na Democratização do acesso à cultura e Participação Social, sugere o aprimoramento das redes de internet gratuitas. A proposta reconhece a era digital em que vivemos e entende que o acesso à cultura precisa ser democratizado também nos meios digitais. Além disso, propõe a inclusão de cotas para pessoas com deficiências em eventos culturais, garantindo um acesso mais amplo e equitativo.
Já no Eixo 5, que discute Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade, uma das propostas é a criação de um programa de referência para a indústria criativa. A intenção é apoiar a cultura local por meio de centros de referência, mapeamento e divulgação, com um olhar especial para agentes culturais das periferias e do interior.
Por fim, o Eixo 6, que trata do Direito às Artes e às Linguagens Digitais, traz a proposta de descentralizar o apoio a eventos culturais, como festivais e mostras. A ideia é valorizar as culturas locais, promovendo a diversidade e riqueza cultural do estado.
Estas são apenas algumas das propostas levantadas pelos GTs durante a conferência. Elas refletem a visão coletiva de um futuro onde a cultura é acessível, valorizada e integrada às políticas públicas do estado.
Delegados
O evento, além de ser palco para importantes propostas e debates, também foi momento para a eleição de delegados que irão representar Vila Velha na Conferência Estadual de Cultura.
Representando o poder público, os eleitos foram Roberto José Patrício Júnior e Aline Lima Pereira. Já pelo lado da sociedade civil, a representação com Paolo de Souza Silva, eleito como titular. Ao seu lado, como primeiro suplente, temos Walmir Mendes Dettmann, seguido por Wilson Coelho como segundo suplente.
Na segunda vaga de titular da sociedade civil, Debora Christine Barus Schulz foi a escolhida. Debora, reconhecida por seu trabalho e envolvimento com a cultura, terá o apoio de Abnael de Jesus Santos, eleito como primeiro suplente, e Meryciane Silva de Oliveira, como segundo suplente.
Importância da Cultura
De acordo com o prefeito Arnaldinho Borgo, “no passado, infelizmente, a cultura não recebia a atenção e os recursos que merecia. Mas, sob nossa gestão, essa realidade está mudando. Entendemos que investir em cultura é investir na essência, na história e no pertencimento da nossa gente. Queremos que Vila Velha seja reconhecida como a cidade da cultura. Uma cultura que se entrelaça com outras áreas vitais, como Educação e Esporte. E o compromisso não é apenas em palavras: este ano, destinamos quase R$ 10 milhões em investimentos diretos no setor”.
“O trabalho desenvolvido pelos Grupos de Trabalho (GTs) foi fundamental para estabelecer as diretrizes de Vila Velha para a próxima Conferência Estadual de Cultura. Reconhecemos a importância de estar em consonância com as expectativas e anseios da nossa comunidade. Por isso, mantemos as portas abertas para um diálogo constante com a sociedade, entendendo que a participação ativa de todos é fundamental para fortalecer nossa cultura e turismo”, informou o secretário de Cultura e Turismo, Roberto Patrício Junior.
“Estamos em um momento crucial para a cultura do nosso Estado. A conferência se apresenta num timing perfeito, especialmente quando nos preparamos para um diálogo em âmbito nacional. Com a Conferência Nacional de Cultura agendada para março de 2024, precisamos estar prontos e alinhados. A perspectiva é de um grande aporte de recursos destinados ao estado e municípios. Deste modo, nosso desafio é pensar na melhor forma de aplicá-los, inovar nas formas de acesso e garantir que todos se beneficiem. O pilar da democracia é primordial nesse cenário, garantindo a inclusão e representatividade de todos”, enfatiza o secretário da Cultura do Estado, Fabrício Noronha.