Não é segredo para ninguém que muitos dos 30 deputados da Assembleia Legislativa foram eleitos, em 2022, com votos da população de Vila Velha. O que poucos sabem é que cada um desses parlamentares tem direito a R$ 1 milhão por ano em emendas parlamentares individuais, totalizando R$ 4 milhões por mandato, para destinar a projetos, obras, ações e programas sociais nos municípios capixabas.
O que ninguém sabe é por que alguns deputados, que tiveram votos em Vila Velha, hoje atacam a gestão canela-verde e exploram politicamente o sofrimento de pessoas vulneráveis, enquanto posam de baluartes das causas sociais e dos direitos humanos, sem nunca terem destinado um único centavo de suas emendas, nem para fins de habitação social em Vila Velha e nem para ajudar as famílias carentes que vivem irregularmente em área particular na região de Jabaeté, atualmente envolvidas em processo judicial de desapropriação e reintegração de posse.
OPORTUNISTAS DE PLANTÃO
Camila Valadão (PSOL), que é assistente social e doutora em Política Social, teve 11.222 votos em Vila Velha e se elegeu a deputada estadual mais votada na história da Assembleia Legislativa, em 2022. Mas até hoje, não há conhecimento de qualquer recurso de emenda parlamentar que ela tenha destinado para beneficiar o município canela-verde ou as famílias ameaçadas de despejo, na região de Jabaeté. Ainda assim, Camila fica usando a desgraça alheia para tentar ganhar vantagens políticas.
João Coser (PT), ex-prefeito de Vitória por dois mandatos, não conseguiu resolver o déficit habitacional da própria cidade, onde mais de 6 mil famílias ainda vivem em condições precárias, por falta de moradia. Mas recebeu 7.350 votos em Vila Velha para se eleger deputado estadual em 2022 e também nunca destinou um real sequer de suas emendas, para atenuar o sofrimento das famílias de Jabaeté.
Iriny Lopes (PT), por sua vez, já foi ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres e deputada federal por três vezes. E se hoje ela está exercendo seu segundo mandato na Assembleia Legislativa é porque recebeu 5.328 votos em Vila Velha, em 2022. Apesar disso, nunca enviou nem um centavo de suas emendas parlamentares para ajudar o município ou para apoiar as famílias da região de Jabaeté. Ainda assim, fica pegando carona no Instagram e Facebook, para se autopromover com o drama dessas pessoas.
LEGISLADORES DEVERIAM RESPEITAR AS LEIS
Diante dos desdobramentos de um processo que já começou de forma irregular, em 2020, esses três deputados de esquerda (Camila Valadão, João Coser e Iriny Lopes) passaram a usar as redes sociais de forma oportunista, usando de críticas e discursos agressivos contra a gestão municipal, tentando tirar proveito político do medo, da insegurança e da dor das famílias de Jabaeté, e ainda demonstrando total desrespeito à Lei e ao Direito de Propriedade.
Isso é fácil… Difícil mesmo é fazer esses legisladores respeitarem a lei, já que todos sabem que o ex-prefeito de Vila Velha, Max Filho, editou um Decreto de Utilidade Pública irregular e eleitoreiro, em plena campanha, em 2020, para a desapropriação de um dos terrenos ocupados, em Jabaeté. E ele fez isso mesmo ciente de que a medida era vedada pela legislação eleitoral, naquele período.
Além disso, esses três deputados também sabem que Max Filho não pagou a devida indenização ao proprietário do terreno invadido e nem deixou recursos em caixa para que a desapropriação fosse efetivada pela prefeitura. Agiu, portanto, por interesse próprio, visando apenas colher dividendos eleitorais, sem se importar com as consequências do seu ato, que acabou sendo revogado pela atual gestão, já que o caso foi judicializado antes mesmo da posse do atual prefeito, em 2021.
Diante desses fatos, é lamentável constatar que uma propriedade privada tenha sido ocupada de forma ilegal e desordenada e que, agora, essa invasão esteja sendo defendida por legisladores oportunistas, apenas para ganharem visibilidade: um triste e perigoso exemplo de afronta à Lei, à Justiça e ao Estado de Direito, e de exploração política da dor alheia.