A gigante multinacional italiana Prysmian está fazendo grandes investimentos no Brasil, somando R$ 400 milhões em sua estratégia de expansão. Parte substancial desse investimento foi destinada à sua unidade localizada em Vila Velha, uma cidade costeira do Espírito Santo, que abriga um porto e é estrategicamente posicionada para atender a crescente demanda por cabos umbilicais, essenciais para a produção offshore de petróleo e gás, bem como para a geração eólica de energia no Brasil.
A unidade de Vila Velha da Prysmian é especializada na produção de cabos submarinos de alta tecnologia, um componente vital para projetos de energia eólica offshore. No entanto, apesar de sua capacidade de produção de ponta, a empresa aguarda ansiosamente as encomendas necessárias para impulsionar suas operações nesse setor.
Raul Gil Boronat, CEO da Prysmian no Brasil, destacou que a regulamentação para a instalação de parques eólicos offshore no Brasil é um fator crítico que afeta a indústria. Ele ressaltou a importância de que esse marco regulatório seja implementado o mais rapidamente possível para desbloquear um negócio de potencial gigantesco, capaz de atrair centenas de bilhões de dólares para o país, bem como para o estado do Espírito Santo.
Vila Velha, com sua localização estratégica dentro do porto, está bem posicionada para suprir a demanda desse setor em crescimento, dada sua proximidade com áreas de alto potencial de geração eólica. A especialização da planta de Vila Velha em cabos submarinos a torna uma fonte ideal para atender a essa indústria em crescimento. Os cabos submarinos representam aproximadamente 35% dos custos de projetos de energia eólica offshore, o que é uma porção significativa em um setor que, no Brasil, pode chegar a valores da ordem de R$ 15 bilhões por gigawatt.
O governo federal tem a intenção de acelerar o debate sobre essa regulamentação no Senado, onde um projeto em tramitação, de autoria do ex-senador Jean Paul Prates, que atualmente preside a Petrobras, está em discussão. Os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio lideram as discussões e o processo de elaboração da regulamentação, mas, até o momento, não foi definida uma data para a sua conclusão.
Em uma visita recente ao Estado, Jean Paul Prates expressou sua confiança de que a geração de energia eólica offshore no Brasil pode se tornar uma realidade em seis a oito anos, trazendo uma nova era de oportunidades para a indústria eólica e para empresas como a Prysmian, que estão ansiosas para contribuir com esse avanço tecnológico no país.