Toda vez que o tempo fechava e as nuvens escureciam os céus de Vila Velha, o alerta era claro e despertava aflição, preocupação e medo nos moradores da cidade, devido aos prejuízos e problemas históricos provocados pelos alagamentos ostensivos e rotineiros que sempre ocorriam em períodos de chuvas. Este cenário prevaleceu durante décadas, levando sofrimento e revolta à população canela-verde.
Mas a partir de 2021, o quadro começou a mudar e, hoje, os investimentos realizados para combater os alagamentos no município já chegam a mais de R$ 750 milhões. Segundo o prefeito Arnaldinho Borgo, isso é fruto de uma importante parceria com o Governo do Estado: parceria resgatada e fortalecida após várias administrações que, no passado – por motivos de brigas, divergências e conflitos políticos – acabaram deixando Vila Velha isolada e fora do cronograma de investimentos estaduais. Mas esse tempo acabou e hoje, a palavra de ordem na cidade, é união.
E ele completou: “Ao todo, 40% das obras de combate aos alagamentos em Vila Velha já estão concluídas. Em parceria com o Estado, realizamos obras de macrodrenagem em vários pontos da cidade. E para garantir o rápido escoamento das águas, construímos quatro novas estações de bombeamento – em Cobilândia, Jardim Marilândia, Foz da Costa e Marinho – e ampliamos para sete o número de Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) em funcionamento. Outras quatro Ebaps serão entregues até o final de 2024”, adiantou o prefeito Arnaldinho Borgo.
CANAL DE GUARANHUNS E AVENIDA LINDENBERG
O projeto de macrodrenagem do Canal de Guaranhuns e da Avenida Carlos Lindenberg envolve um investimento de R$ 29,9 milhões, fruto de parceria com o Governo do Estado. Previstas para serem entregues nos primeiros meses de 2024, as obras também incluem o desassoreamento e a retificação do Canal de Guaranhuns, o que vai aumentar sua capacidade de drenagem e eliminar pontos de estrangulamento em suas áreas de abrangência.
Já a construção da galeria de águas pluviais da Avenida Carlos Lindenberg deverá ser entregue nos próximos meses. “Essas galerias vão trabalhar de forma independente e cada célula conduzirá as águas para cada sub-bacia: uma para o bairro Santos Dumont e outra, para o canal da Travessa Belas Artes. Mas ambas canalizarão as águas das chuvas para o Canal Aribiri, de onde serão bombeadas pela EBAP Aribiri, para o mar. Isso vai reduzir significativamente os alagamentos em toda a região”, informou o prefeito.
ALAGAMENTO ZERO
A desobstrução das redes de macro e microdrenagem de Vila Velha fazem parte dos serviços de limpeza pública da cidade, assim como a varrição, capina, reparo das redes e carro sugador. Mas por meio do programa “Alagamento Zero”, o município também investiu R$ 35 milhões em serviços de desassoreamento e limpeza de 50 quilômetros de canais e 55 quilômetros de galerias, incluindo o transbordo do material, para garantir o fluxo adequado das águas pluviais da cidade até a maré. Foi o primeiro programa do gênero a ser implementado em toda a história do município. “Essas redes de drenagem, em sua maioria, nunca foram visitadas para limpeza. Em algumas delas, a profundidade era mínima e sobram poucos centímetros de espessura para a passagem da água. Apenas em 2022 foram limpos mais de 3.000 bueiros e retiradas 400 toneladas de resíduos dos canais”, lembrou Arnaldinho.
“Os serviços envolvem roçagem no entorno dos canais, limpeza das telas de proteção e das comportas das estações de bombeamento, retirada de folhagens e desobstrução de bueiros. Caminhões basculantes, tratores, retroescavadeiras e embarcações também auxiliam as operações de limpeza dos canais e das redes de drenagem da cidade. A destinação do material coletado também está prevista no programa ‘Alagamento Zero’ e está sendo executado com licenciamento ambiental e acompanhamento técnico”, ressaltou Arnaldinho.
O prefeito lembrou, ainda, que a Prefeitura de Vila Velha recolhe diariamente uma média de sete toneladas de lixo e entulhos dos canais que cortam a cidade. “Só neste mês de agosto, as equipes da Secretaria de Serviços Urbanos retiraram 176 toneladas de detritos desses canais. E para impedir que a sujeira chegue às estações de bombeamento, este trabalho preventivo é realizado de modo contínuo, assim como os mutirões de limpeza que buscam eliminar acúmulos de lixo e facilitar o escoamento das águas por bueiros, caixas-ralo e canais. Os moradores também devem contribuir, descartando lixo, entulho, móveis e utensílios domésticos de forma correta”, completou.
CATA-MÓVEIS
Por várias vezes, a imprensa capixaba mostrou cenas revoltantes, de móveis, utensílios e eletroeletrônicos descartados irregularmente nos canais da cidade, impedindo o fluxo das águas e agravando alagamentos em períodos de chuvas. Por isso, a PMVV intensificou o atendimento do serviço “Cata-Móveis”, que pode ser agendado via Ouvidoria e que está ajudando a manter os canais livres e desobstruídos. O telefone 162 é disponibilizado para registrar e solicitar serviços da prefeitura, incluindo informações sobre coleta e descarte de materiais domésticos inservíveis.
“Este é um trabalho inédito, feito com muito planejamento e critério, com recursos próprios e com a contribuição o Estado, que hoje executa o maior pacote de obras de macrodrenagem já realizadas pelo Governo do Espírito Santo, em todos os tempos. Juntos, vamos vencer o desafio de acabar com os alagamentos em Vila Velha. Em comparação com o que acontecia antes, a situação já melhorou bastante e vai melhorar cada vez mais”, concluiu Arnaldinho Borgo.
NOVOS TEMPOS
Os moradores de Vila Velha já vivenciam, no seu dia a dia, uma mudança significativa no que diz respeito aos alagamentos na cidade, em períodos de chuva. No passado, o sofrimento da população canela-verde por causa das constantes enchentes, era destaque nos noticiários, assim como o flagelo de milhares de famílias que ficavam desabrigadas a cada temporal.
Mas com uma gestão eficiente, bons projetos, muito trabalho e articulações políticas capazes de garantir recursos federais e estaduais para viabilizar os investimentos necessários, Vila Velha enfrenta seu maior desafio com coragem e determinação para vencê-lo. E os resultados deste esforço já começaram a aparecer. Hoje, os moradores da cidade lamentam com tristeza o que acontecia no passado e reconhecem com alegria as melhorias que vêm sendo promovidas no presente.
“Quantas vezes eu tive que usar caiaque pra conseguir sair de casa. Era um sufoco enorme ter que enfrentar ruas alagadas para ir trabalhar. A situação era realmente desanimadora e revoltante. Durante anos mais de 40 anos tivemos que conviver com os frequentes alagamentos que ocorriam em Itapuã. Só agora, depois que o prefeito Arnaldinho Borgo assumiu a gestão, a Prefeitura de Vila Velha fez o que precisava ser feito, com investimentos e obras, para resolver o nosso problema. Hoje, as chuvas não alagam mais as ruas do bairro e os moradores já podem viver com mais tranquilidade, sem ter que lidar com os transtornos provocados pelas enchentes” – Heleno José de Araújo, morador da Rua Tenente Setúbal (Itapuã)
“Moro aqui há 47 anos e já passei por muitas dificuldades por causa dos alagamentos. Toda vez que chovia, minha rua enchia rapidamente e ficava toda alagada. Era aterrorizante ver a água entrando dentro de casa e chegando até o nível da cintura, sem que a gente pudesse fazer absolutamente nada pra impedir. Além dos prejuízos materiais, os aborrecimentos e transtornos eram constantes. Mas para a nossa tranquilidade e alívio, o prefeito Arnaldinho Borgo assumiu o comando da cidade e teve a coragem de enfrentar este problema histórico de frente, com atitude e disposição para resolvê-lo de forma definitiva. Graças a isso, hoje, as chuvas não causam mais enchentes no bairro e nossa rua já não alaga”. Martina Frizzera, moradora da Rua Armando Rosemberg de Menezes (Sítio Batalha)
“Itapuã sempre foi suscetível a alagamentos, não apenas pelo seu relevo plano, mas também por ser cortado pelo Canal da Costa que, em épocas de chuvas, sempre transbordou e causou enchentes nas ruas em Itapuã. Sou comerciante e proprietário do Restaurante Roda Velha, na Rua Resplendor. Já tive muitos prejuízos com as cheias e durante várias ocasiões fui impedido de abrir o restaurante devido ao elevado nível das águas. Agora, a realidade é outra. De dois anos para cá, a situação mudou, e para muito melhor. Com os investimentos que vêm sendo feitos pelo prefeito Arnaldinho, hoje podemos circular normalmente pelas ruas de Itapuã em períodos de chuva” – Marcos Aguiar, comerciante da Rua Resplendor (Itapuã).