O Estado do Espírito Santo vive uma verdadeira revolução nos seus portos. Investimentos robustos e a adoção de tecnologias de ponta estão pavimentando o caminho para uma nova era na logística de transportes marítimos, redefinindo conceitos de eficiência e segurança em todo o processo.
Recursos tecnológicos estão transformando os terminais portuários capixabas, que já utilizam sistemas avançados – como veículos autônomos e inteligência artificial –, para otimizar a movimentação de cargas e aumentar sua capacidade operacional.
A modernização da infraestrutura portuária está se mostrando um ímã para novas cargas, o que também consolida Vila Velha como um hub logístico fundamental para o Estado. Além de ser reconhecido como o maior importador de carros elétricos do Brasil, o complexo portuário de Vila Velha se destaca, também, como exportador de insumos inovadores, como o lítio verde utilizado na produção de baterias.
SPREADER
O compromisso de integrar novas soluções para elevar a eficiência operacional dos portos tem sido contínuo no Espírito Santo. O “spreader” automático é um bom exemplo da transformação da movimentação de celulose nos navios, que já está acontecendo no terminal portuário de Barra do Riacho (Portocel), em Aracruz), que é especializado na movimentação de celulose, papel e madeira.
O Spreader – que desempenha um papel significativo na exportação de produtos de origem florestal – reduz consideravelmente o tempo de movimentação de cargas e aumenta a segurança das operações. O equipamento é utilizado para posicionar contêineres de forma eficiente nos navios. Ele segura, levanta e baixa contêineres com precisão, facilitando a transferência de produtos e mercadorias entre diferentes modais de transporte, como navios, caminhões e trens.
ReDRAFT
As operações que envolvem manobras de grandes navios com a utilização do sistema de calado dinâmico chamado “ReDraft” também representa um marco inovador para o modal de transporte marítimo, pois permite uma navegação bem mais segura e eficiente. O equipamento se concentra na gestão dos calados dos navios durante as manobras de atracação e desatracação.
O ReDraft se baseia em tecnologia avançada, que calcula em tempo real, e com precisão, a folga dinâmica existente abaixo da quilha do navio (na parte submersa do casco). Para isso, o sistema leva em conta as especificidades da embarcação, as condições das marés e dos canais de acesso, e as correntes e ventos que incidem na região portuária, no momento das manobras.
Ao fornecer informações precisas sobre o calado máximo seguro para navegar, em tempo real, o ReDraft permite que os operadores portuários e capitães de navios tomem decisões mais assertivas e informadas durante as manobras. Isso é fundamental para evitar encalhes, garantir a segurança da navegação e maximizar a capacidade de carga dos navios.
VEÍCULOS AUTÔNOMOS
Os terminais portuários capixabas também já estão explorando a utilidade de veículos autônomos para a movimentação interna de cargas, utilizando recursos de inteligência artificial e sistemas avançados que aprimoram a eficiência operacional.
As inovações não se limitam ao setor privado. O governo brasileiro também está impulsionando mudanças significativas nos complexos portuários, digitalizando e integrando operações por meio de projetos como “Porto Sem Papel”, “VTS” e “PCS” – iniciativas que aprimoram a eficiência operacional e fortalecem a posição do Brasil no cenário logístico internacional.
PORTO SEM PAPEL
“Porto Sem Papel” é uma iniciativa que visa digitalizar e automatizar os processos operacionais nos portos, eliminando o uso de documentos físicos. Por meio de sistemas eletrônicos e tecnologias de informação, todos os procedimentos burocráticos – como registros, autorizações e documentos de carga –, são realizados de forma eletrônica.
A informatização dos registros e documentos de carga agiliza os processos, reduz erros e promove uma gestão mais eficiente e sustentável da movimentação de cargas. Arquivos eletrônicos são de fácil acesso e podem ser aferidos com frequência, estando sempre acessível quando necessário.
VTS
Já o VTS (Sistema de Informação de Tráfego Marítimo) é um sistema utilizado nos portos para monitorar e gerenciar o tráfego marítimo local. Ele consiste em uma rede de radares, câmeras e boias que coletam informações em tempo real sobre a movimentação dos navios, as condições meteorológicas, as correntes marítimas, entre outros dados.
O sistema VTS é utilizado em portos e áreas marítimas integrando uma série de tecnologias, como radares, sistemas de posicionamento global (GPS), câmeras de vigilância, anemômetros (instrumento medidor de velocidade do vento) e Marine AIS (Sistema de Identificação Automática Marítima), que troca informações com estações de controle e monitoramento em terra, sobre identificação, posição, curso, velocidade e rota de navios. Esse sistema foi projetado para aumentar a segurança e eficiência do tráfego marítimo, fornecendo informações precisas sobre a movimentação das embarcações.
O objetivo principal do VTS é garantir a segurança da navegação, controlar o tráfego de embarcações, prevenir colisões, monitorar condições ambientais e orientar a movimentação segura de navios dentro e fora do porto ou de áreas marítimas específicas.
Os operadores do VTS monitoram as informações coletadas por esse sistema e fornecem orientações aos capitães de navios, auxiliando na tomada de decisões seguras de navegação. Isso é fundamental para garantir a segurança das operações portuárias e marítimas, além de prevenir possíveis acidentes ou incidentes. Essas informações são usadas para garantir a segurança da navegação, otimizar a movimentação dos navios e prevenir possível acidentes em rotas marítimos.
PCS
Por fim, o “PCS” (Comunidade Corporativa Portuária) é um sistema que integra e conecta todos os agentes envolvidos nas operações portuárias, tanto do setor público quanto do privado. Ele cria uma plataforma unificada onde informações são compartilhadas entre autoridades portuárias, operadores, transportadoras e agentes aduaneiros, facilitando a troca de dados, agilizando os processos de importação e exportação, e promovendo uma operação mais eficiente e coordenada dos portos.
“Essa revolução tecnológica está pavimentando o caminho para um futuro onde Vila Velha, o Espírito Santo e o Brasil começam a ganhar um destaque cada vez maior no cenário logístico mundial. Todos esses avanços – que garantem operações portuárias mais seguras, ágeis, eficientes e sustentáveis – estabelecem um novo patamar de excelência em transporte marítimo e operações portuárias”, afirma o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo.
E ele completou: “Por tudo isso, estamos muito otimistas quanto ao potencial do complexo logístico e portuário de Vila Velha, que também acena para melhorias profundas e avanços importantes no que diz respeito ao uso da tecnologia e de equipamentos de ponta, para aumentar sua eficiência e competividade”.